Piloto de helicóptero que caiu relata desorientação devido ao mau tempo; heliporto confirma baixa visibilidade no momento da decolagem.
- stalinsous
- 17 de jan.
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Um helicóptero que decolou de São Paulo na noite de quinta-feira (16) desapareceu por volta das 20h34. A aeronave foi encontrada na manhã desta sexta-feira (17), às 6h15. Entre os ocupantes, sobreviveram o piloto, Edenilson de Oliveira, e Bethina Feldman, de 12 anos. Infelizmente, André Feldman, de 50 anos, e Juliana Elisa Alves Feldman, de 49, pais da menina, não resistiram ao acidente.

O piloto do helicóptero que caiu na região metropolitana de São Paulo nesta sexta-feira (17) relatou que o mau tempo o desorientou durante o voo, o que pode ter causado o acidente, segundo uma policial militar do helicóptero Águia que participou do resgate.
A desorientação espacial ocorre quando o piloto perde a capacidade de identificar corretamente a posição, o movimento e a atitude da aeronave ou de si mesmo. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que analisa o caso, essa condição pode provocar ilusões sensoriais, levando a decisões equivocadas.
A aeronave, que transportava quatro pessoas, decolou às 19h16 da quinta-feira (16) do heliporto Helicidade, no Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, rumo à cidade de Americana, no interior paulista. Naquele momento, as condições climáticas eram desfavoráveis, com visibilidade reduzida devido ao tempo fechado, conforme informou a sala de rádio do heliporto. O último sinal de GPS do helicóptero foi registrado às 20h34, segundo o Corpo de Bombeiros.
A bordo estavam Edenilson de Oliveira, piloto, e Bethina Feldman, de 12 anos, que sobreviveram ao impacto. Entretanto, os pais da menina, André Feldman, de 50 anos, e Juliana Elisa Alves Feldman, de 49 anos, faleceram no local. Edenilson e Bethina foram encaminhados ao Hospital das Clínicas, na Zona Oeste da capital, onde, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a jovem deve receber alta no sábado (18), segundo nota divulgada pela empresa onde seu pai era CEO.
Desde as 17h de quinta-feira, toda a capital paulista estava em estado de atenção devido a fortes chuvas, conforme o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo.
A aeronave acidentada, modelo Eurocopter EC130, tinha autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apenas para voos visuais, sem possibilidade de operar sob instrumentos, que utilizam sistemas computacionais para navegação.
De acordo com as normas de voo visual da Aeronáutica, o helicóptero só poderia decolar com teto mínimo de 182,8 metros (600 pés) e visibilidade horizontal de pelo menos 1.500 metros. O heliporto Helicidade não divulgou informações sobre as condições climáticas no momento da decolagem.
O presidente do Fórum Brasileiro de Transporte Aéreo, piloto Décio Corrêa, destacou a importância de avaliar cuidadosamente as condições meteorológicas antes de voar, considerando que o fator climático é uma das principais causas de acidentes aeronáuticos.
Ele explicou que as condições adversas podem comprometer totalmente a visibilidade do piloto. "Chuva, teto baixo e formações meteorológicas severas complicam o voo. Nessas condições, ou você segue por instrumentos ou visual, e à noite, com o clima desfavorável, ambas as opções tornam-se desafiadoras", alertou.
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